segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Capítulo 4 [Diários do vampiro - O Despertar]


Na hora que Elena alcançou seu armário, o entorpecimento estava passando e o caroço em sua garganta estava tentando se dissolver em lágrimas. Mas ela não choraria na escola, ela disse à si mesma, ela não iria. Depois de fechar seu armário, ela foi em direção a saída principal.

Pelo segundo dia consecutivo, ela estava voltando para casa logo depois do último sinal, e sozinha. Tia Judith não iria conseguir lidar com isso. Mas quando Elena chegou em casa, o carro de tia Judith não estava na garagem; ela e Margaret devem ter ido ao supermercado. A casa ainda estava quieta e pacífica enquanto Elena entrava.

Ela estava grata por essa quietude; ela queria ficar sozinha agora. Mas, por outro alado, ela não sabia exatamente o que fazer consigo mesma.
Agora que ela finalmente podia chorar, ela descobriu que as lágrimas não vinham. Ela deixou sua mochila afundar no chão do corredor da frente e andou lentamente na sala de estar.
Era uma bonita e impressionante sala, a única parte da casa fora o quarto de Elena que pertencia à estrutura original. Aquela primeira casa fora construída antes de 1861, e fora quase queimada completamente na Guerra Civil. E tudo que pôde ser salvo foi essa sala, com sua elaborada lareira emoldurada por curvas, e o grande quarto acima. O bisavô do pai de Elena tinha construído uma casa nova, e os Gilberts moraram lá desde então.
Elena se virou para olhar por uma das janelas que iam do teto até o chão. O vidro era tão velho que estava grosso e oscilante, e tudo do lado de fora estava distorcido, parecendo levemente embriagado. Ela se lembrou da primeira vez em que seu pai a mostrou aquele velho vidro oscilante, quando ela era mais nova do que Margaret era agora.
A sensação de algo em sua garganta estava de volta, mas ainda assim as lágrimas não vinham. Tudo dentro dela era contraditório. Ela não queria companhia, e ainda assim ela estava dolorosamente solitária. Ela queria pensar, mas agora que ela estava tentando, seus pensamentos a evitavam como um rato correndo de uma coruja branca.
Coruja branca... ave de caça… comedora de carne… corvo, ela pensou. “O maior corvo que eu já vi,” Matt tinha dito.
Seus olhos doeram novamente. Pobre Matt. Ela o tinha machucado, mas ele fora tão bonzinho quanto a isso. Ele tinha sido bonzinho até com o Stefan.
Stefan. Seu coração fez um baque, forte, espremendo duas lágrimas quentes em seus olhos. Pronto, finalmente ela estava chorando. Ela estava chorando de raiva e humilhação e frustração – e o que mais?
O que ela tinha realmente perdido hoje? O que ela realmente sentia por esse estranho, esse Stefan Salvatore? Ele era um desafio, sim, e isso o deixava diferente, interessante. Stefan era exótico… excitante.
Engraçado, isso era o que algumas vezes os caras tinham dito à Elena que ela era. E mais tarde ela ouvia deles, ou de seus amigos ou irmãs, o quão nervosos eles estavam antes de sair com ela, como suas palmas ficaram suadas e seus estômagos estavam cheios de borboletas. Elena sempre achou tais histórias divertidas. Nenhum garoto que ela conhecera já a fez ficar nervosa.
Mas quando ela falara com Stefan hoje, seu pulso estivera acelerado, seus joelhos bambos. Suas palmas estiveram molhadas. E não havia tido borboletas em seu estômago – havia tido morcegos.
Ela estava interessada no cara porque ele a deixava nervosa? Não é uma razão muito boa, Elena, ela disse à si mesma. De fato, uma razão muito ruim.
Mas também tinha aquela boca. Aquela boca esculpida que fez seus joelhos ficarem bambos com algo totalmente diferente do que nervosismo. E aquele cabelo escuro como a noite – seus dedos coçavam para se entrelaçar naquela suavidez. Aquele corpo flexível e de músculos lisos, aquelas pernas longas... e aquela voz. Fora a voz dele que a fizera se decidir ontem, deixando-a absolutamente determinada a tê-lo. Sua voz era frio e desdenhosa quando estivera falando com o Sr. Tanner, mas estranhamente convincente para tudo aquilo. Ela se perguntou se poderia ficar escura como a noite também, e como soaria dizendo seu nome, sussurrando seu nome...
"Elena!"
Elena pulou, seu devaneio destruído. Mas não era Stefan Salvatore chamando-a, era a tia Judith tagarelando na porta da frente aberta.
"Elena?" Elena!" E essa era Margaret, sua voz estridente e sibilante. “Você está em casa?”
Sofrimento fluíu por Elena novamente, e ela deu uma olhada na cozinha. Ela não podia encarar as perguntas preocupadas de sua tia ou a inocente animação de Margaret agora. Não com seus cílios molhados e novas lágrimas ameaçando a qualquer minuto. Ela tomou uma decisão rápida e silenciosamente deslizou pela porta de trás enquanto a porta da frente batia ao fechar.
Logo que estava fora da varanda de trás e entrou no quintal, ela hesitou. Ela não queria encontrar ninguém que ela conhecia.
Mas aonde ela podia ir para ficar sozinha?
A resposta veio quase instantaneamente. É claro. Ela iria ver sua mãe e seu pai.
Era uma caminhada razoavelmente longa, quase na beira da cidade, mas nos últimos três anos se tornara familiar para Elena. Ela cruzou a Ponte Wickery e subiu a colina, para além da Igreja arruinada, então desceu para o pequeno vale adiante.
Essa parte do cemitério era bem-cuidada; era a parte antiga que permitiam ficar levemente selvagem. 
Aqui, a grama estava primorosamente aparada, e buquês de flores salpicavam cores brilhantes. Elena sentou-se na grande lápide de mármore com “Gilbert” entalhado na frente.
“Oi, mãe. Oi, pai,” ela sussurrou. Ela se inclinou para colocar flores não-me-toque roxas que ela havia pego à caminho em frente ao mercado. Então ela enroscou sua pernas debaixo de si e simplesmente sentou.
Ela vinha aqui regularmente após o acidente. Margaret tinha somente um ano quando o acidente de carro aconteceu; ela não lembrava bem deles. Mas Elena lembrava. Agora ela deixava sua mente folhear pelas memórias, e o caroço em sua garganta inchou, e as lágrimas vieram mais facilmente. Ela sentia tanto a falta deles, ainda. Mamãe, tão jovem e bonito, e papai, com um sorriso que enrugava seus olhos.
Ela tinha sorte de ter tia Judith, é claro. Não era toda tia que se despediria do trabalho e se mudaria para uma cidadezinha para tomar conta de duas sobrinhas orfãs. E Robert, o noivo de tia Judith, era mais como um padrasto para Margareth do que um futuro tio-por-casamento.
Mas Elena se lembrava de seus pais. As vezes, logo depois do funeral, ela tinha vindo aqui para brigar com eles, com raiva deles por terem sido tão estúpidos a ponto de morrerem. Isso foi quando ela não conhecia muito bem a tia Judith, e tinha sentido que não havia mais lugar na Terra aonde ela pertencesse.
Aonde ela pertencia agora? ela se perguntou. A resposta fácil era, aqui, em Fell’s Church, aonde ela havia vivido sua vida toda. Mas ultimamente a resposta fácil parecia errada. Ultimamente ela sentia que devia ter alguma outra coisa lá fora para ela, algum lugar que ela reconheceria de primeira e chamaria de lar.
Uma sombra caiu sobre ela, e ela olhou para cima, assustada. Por um instante, as duas figuras paradas sobre ela eram alienígenas, estranhas, vagamente ameaçadoras. Ela encarou, congelada.
“Elena,” disse a menor figura agitadamente, as mãos nos quadris, “às vezes eu me preocupe com você, realmente me preocupo.”
Elena piscou e então riu brevemente. Eram Bonnie e Meredith. “O que uma pessoa tem que fazer para conseguir um pouco de privacidade por aqui?” ela disse enquanto elas sentavam.
“Diga-nos para ir embora,” sugeriu Meredith, mas Elena só deu de ombros. Meredith e Bonnie tinham vindo aqui muitas vezes para encontrá-la nos meses depois do acidente. De repente, ela se sentiu feliz por isso, e grata à ambas. Se a nenhum outro lugar, ela pertencia às amigas que ligavam para ela. Ela não se importava se elas soubessem que ela estivera chorando, e ela aceitou os lencinhos amassados que Bonnie ofereceu e limpou seus olhos. 
As três sentaram juntas em silêncio por um tempo, observando o vento agitar o grupo de árvores de carvalho na beira do cemitério.
“Eu sinto muito sobre o que aconteceu,” Bonnie disse por fim, com uma voz suave. “Aquilo foi realmente terrível.”
“E o seu nome do meio é ‘Tato,’” disse Meredith. “Não poderia ter sido tão ruim, Elena.”
“Você não estava lá.” Elena se sentiu ficando quente novamente com a memória. “Foi terrível. Mas eu não ligo mais,” ela acrescentou categoricamente, com despeito. “Eu estou farta dele. Eu não o quero mais.”
"Elena!"
“Eu não quero, Bonnie. Ele obviamente se acha bom demais para – para americanos. Então ele pode simplesmente pegar aqueles óculos de sol de designer e..."
Houve bufos de risada das outras garotas. Elena assou seu nariz e balançou sua cabeça. “Então,” ela disse à Bonnie, determinada a mudar o assunto, “pelo menos Tanner pareceu estar com um humor melhor hoje.”
Bonnie pareceu atormentada. “Você sabe que ele fez eu me recrutar para ser a primeira a fazer meu relatório oral? Eu não me importo, de qualquer forma; eu vou fazer o meu sobre os druidas, e –”
“Sobre o quê?”
“Druí-das. Os velhos esquisitos que construíram Stonehenge e faziam mágica e coisa e tal na antiga Inglaterra. Eu descendo deles, e é por isso que eu sou vidente.”
Meredith bufou, mas Elena franziu a testa para o talo de grama que ela estava girando entre seus dedos. “Bonnie, você realmente viu alguma coisa ontem na minha palma?” ela perguntou abruptamente.
Bonnie hesitou. “Eu não sei,” ela disse por fim. “Eu – eu pensei que tinha naquela hora. Mas às vezes minha imaginação me escapa.”
“Ela sabia que você estava aqui,” disse Meredith inesperadamente. “Eu pensei em procurar na cafeteria, mas Bonnie disse, ‘Ela está no cemitério.’"
“Disse?” Bonnie pareceu pouco surpresa mas impressionada. “Bem, veja só. Minha avó em Edimburgo tem a segunda visão e eu também. Sempre pula uma geração.”
“E você descende dos druidas,” Meredith disse solenemente.
“Bem é verdade! Na Escócia eles mantêm as antigas tradições. Você não acreditaria em algumas das coisas que minha avó faz. Ela tem um jeito de descobrir com quem você vai se casar e quando você vai morrer.
Ela me disse que eu vou morrer cedo.”
“Bonnie!”
“Ela disse. Eu vou estar jovem e bonita no meu caixão. Não acha que isso é romântico?”
“Não, não acho. Eu acho que é nojento,” disse Elena. As sombras estavam ficando mais longas, e o vento estava frio agora.
“Então com quem você vai se casar, Bonnie?” Meredith disse com jeito.
“Eu não sei. Minha avó me disse o ritual para descobrir, mas eu nunca tentei. É claro” – Bonnie fez uma pose sofisticada – “ele tem que ser escandalosamente rico e totalmente lindo. Como o nosso misterioso estranho moreno, por exemplo. Especialmente se ninguém mais o quiser.” Ela lançou um olhar travesso para Elena.
Elena recusou a isca. “E quanto à Tyler Smallwood?” ela murmurou inocentemente. “Seu pai é certamente rico o bastante.”
“E ele não é feio,” concordou Meredith solenemente, “Isso é, é claro, se você for uma amante de animais. Aqueles enormes dentes brancos.”
As garotas olharam uma para outra e então simultaneamente caíram na risada. Bonnie jogou um punhado de grama em Meredith, que a removeu e jogou um dente-de-leão nela. Em algum lugar no meio disso, Elena percebeu que ela ia ficar bem. Ela era ela mesma novamente, não perdida, não uma estranha, mas Elena Gilbert, a rainha da Robert E. Lee. Ela puxou a fita laranja-amarelada de seu cabelo e balançou o cabelo livremente por seu rosto.
“Eu decidi o que fazer no meu relatório oral,” ela disse, observando com olhos estreitos enquanto Bonnie tirava com os dedos grama de seus cachos.
“O quê?” disse Meredith.
Elena inclinou seu queixo e olhou para o céu vermelho e roxo acima da colina. Ela tomou um ponderado fôlego e deixou o suspense crescer por um momento. Então ela disse friamente, “A Renascença Italiana.”
Bonnie e Meredith a encararam, então olharam uma para outra e explodiram em berros e gargalhadas novamente.
“Aha,” disse Meredith quando se recuperaram. “Então a tigresa regressou.”
Elena mostrou-lhe um sorriso ferino. Sua confiança abalada havia retornado à ela. E ainda que ela mesma não entendesse, ela sabia de uma coisa: ela não ia deixar Stefan Salvatore escapar vivo.
“Tudo bem,” ela disse rapidamente. “Agora, escutem, vocês duas. Ninguéma mais pode saber disso, ou vou ser motivo de riso na escola. E Caroline iria amar qualquer desculpa para me fazer parecer ridícula. Mas eu ainda quero ele, e eu vou tê-lo. Eu não sei como ainda, mas eu vou. Até que eu bole um plano, contudo, nós vamos tratá-lo com indiferença.”
“Oh, nós vamos?”
“Sim, nós vamos. Você não pode tê-lo, Bonnie; ele é meio. E eu tenho que ser capaz de confiar em você completamente.”
“Espere um minuto,” disse Meredith, um brilho em seu olhar. Ela soltou o alfinete cloisonné de sua blusa, então, levantando seu dedão, deu uma rápida picada. “Bonnie, me de sua mão.”
“Por quê?” disse Bonnie, olhando o alfinete com suspeita.
“Porque eu quero me casar com você. Por que você acha, idiota?”
“Mas – mas – Ah, tudo bem. Ai!”
“Agora você, Elena.” Meredith picou o dedão de Elena eficientemente, e então espremeu-o para conseguir uma gota de sangue. “Agoara,” ela continuou, olhando para as outras duas com brilhantes olhos negros, “todas nós pressionamos os nossos dedões juntos e juramos. Especialmente você, Bonnie. Jure manter esse segredo e fazer o que quer que Elena peça em relação à Stefan.”
“Olha, jurar com sangue é perigoso,” Bonnie protestou seriamente. “Quer dizer que você tem que ser fiel ao seu juramente não importa o que acontecer, não importa o que, Meredith.”
“Eu sei,” disse Meredith cruelmente. “É por isso que eu estou dizendo para você fazer isso. Eu lembro do que aconteceu com Michael Martin.”
Bonnie fez careta. “Isso foi há anos, e nós terminamos logo de qualquer jeito e – Ah, tudo bem. Eu vou jurar.” Fechando seus olhos, ela disse, “Eu juro manter isso secreto e fazer qualquer coisa que Elena peça em relação à Stefan.”
Meredith repetiu o julgamento. E Elena, encarando as pálidas sombras dos dedões juntados na reunião do anoitecer, tomou um longo fôlego e disse suavemente, “E eu juro não descansar até que ele pertença a mim.”
Uma rajada fria de vento soprou pelo cemitério, ventilando o cabelo das meninas e fazendo com que folhas secas se agitassem no chão. Bonnie arfou e recuou, e todas olharam ao redor, então riram nervosamente.
“Está escuro,” disse Elena, surpresa.
“É melhor irmos para casa,” Meredith disse, fixando seu alfinete enquanto ficava de pé. Bonnie se levantou, também, colocando a ponta de seu dedão em seua boca.
“Tchau,” disse Elena suavemente, encarando a lápide. A flor roxa era um borrão no chão. Ela pegou a fita laranja-amarelada que descansava ao lado dela, virou-se, e acenou para Bonnie e Meredith. “Vamos.”
Silenciosamente, elas se dirigiram à colina em direção à Igreja arruinada. O juramento feito com sangue deu-lhes uma sensação solene, e enquanto elas passavam pela Igreja arruianada Bonnie estremeceu. Com o Sol se pondo, a temperatura tinha abaixado abruptamente, e o vento estava subindo. Cada rajada mandava sussuros pela grama e fazia com que as antigas árvores de carvalho agitassem suas folhas suspensas.
“Eu estou congelando,” Elena disse, parando por um momento no buraco negro que uma vez fora a porta da Igreja e olhando para baixo para a paisagem.
A Lua ainda não tinha se erguido, e ela apenas podia perceber o antigo cemitério e a Ponte Wickery além dele. O antigo cemitério datava dos dias da Guerra da Secessão, e muitas das lápides tinham nomes de soldados.
Parecia selvagem; arbustos e grandes ervas daninhas cresciam nas sepulturas, e heras americanas abundavam granitos decadentes. Elena nunca gostara dele.
“Parece diferente, não? Na escuridão, quero dizer,” ela disse instavelmente. Ela não sabia como dizer o que ela realmente quisera dizer, que não era um lugar para os vivos.
“Nós podíamos ir pelo caminho longo,” disse Meredith. “Mas isso significaria outros vinte minutos de caminhada.”
“Eu não me importo ir por esse caminho,” disse Bonnie, engolindo em seco. “Eu sempre disse que queria ser enterrada no antigo.”
“Dá pra parar de falar sobre querer ser enterrada?” Elena repreendeu, e começou a descer a colina. Mas quando mais ela descia pelo estreito caminho, mais desconfortável ela se sentia. Ela diminuiu até que Bonnie e Meredith a alcançaram. A medida que elas se aproximavam da primeira lápide, seu coração começou a bater mais forte. Ela tentou ignorá-lo, mas toda sua pele estava formigando com percepção e os pelinhos em seus braços estavam levantados. Entre as rajadas de vento, todo som parecia horrivelmente magnífico; o esmagamento de seus pés contra o caminho de folhas espalhadas era ensurdecedor.
A Igreja arruinada era uma silhueta preta atrás delas agora. O caminho estreito conduzia-se entre as lápides incrustadas com líquen, muitas das quais eram maiores que Meredith. Grandes o bastante para algo se esconder atrás, Elena pensou desconfortavelmente. Algumas das próprias lápides eram amedrontadoras, como a com o querubim que parecia um bebê de verdade, exceto que sua cabeça tinha caído e tinha sido cuidadosamente colocada sob seu corpo. Os grandes olhos da cabeça de granito estavam vazios. Elena não conseguia desviar seu olhar dele, e seu coração começou a golpear.
“Por que nós estamos parando?” disse Meredith.
“Eu só... sinto muito,” Elena murmurou, mas quando se forçou a virar ela imediatamente endureceu.
“Bonnie?” ela disse. “Bonnie, qual é o problema?”
Bonnie estava encarando diretamente o cemitério, seus lábios separados, seus olhos tão arregalados e vazios quanto os do querubim de pedra. Medo passou pelo estômago de Elena. “Bonnie, pare com isso. Pare! Não é engraçado.”
Bonnie não respondeu.
“Bonnie!” disse Meredith. Ela e Elena olharam uma para outra, e de repente Elena sabia que tinha que escapar. Ela girou para começar a descer o caminho, mas uma voz estranha falou atrás dela, e ela se virou rapidamente.
“Elena,” a voz disse. Não era a voz de Bonnie, mas vinha da boca de Bonnie. Pálida na escuridão, Bonnie ainda estava encarando o cemitério. Não havia expressão em seu rosto de jeito nenhum.
“Elena,” a voz disse de novo, e acrescentou, a medida que a cabeça de Bonnie virava em direção à ela, “há alguém esperando lá fora por você.”
Elena nunca soube bem o que aconteceu nos próximos minutos. Algo pareceu se movimentar entre as escuras sombras curvadas da lápide, mudando e se elevando entre elas. Elena berrou e Meredith gritou por ajuda, e então ambas estavam correndo, e Bonnie estava correndo com elas, berrando, também.
Elena percorreu o estreito caminho, tropeçando em pedras e protuberâncias de raíz de grama. Bonnie estava soluçando por ar atrás delas, e Meredith, a calma e cínica Meredith, estava ofegando selvagemente. Houve uma repentina batida e um som agudo em uma árvore de carvalho acima deles, e Elena descobriu que ela podia correr mais rápido.
“Há algo atrás de nós,” Bonnie chorou estridentemente. “Ah, Deus, o que está acontecendo?”
“Vão para a ponte,” arfou Elena através do fogo em seus pulmões. Ela não sabia porque, mas ela sentia que elas tinham que chegar lá. “Não pare, Bonnie! Não olhe para trás!" Ela agarrou a manga da outra garota e a arrastou.
“Eu não consigo,” Bonnie choramingou, agarrando com força seu lado, seu ritmo hesitando.
“Sim, você consegue,” resmungou Elena, agarrando a manga de Bonnie novamente e a forçando a continuar se movendo. “Vamos. Vamos!”
Ela viu o brilho prateado de água perante elas. E ali estava a clareira entre as árvores de carvalho, e a ponte mais à frente. As pernas de Elena estavam tremendo e seu fôlego estava sibilando em sua garganta, mas ela não ia se deixar retardar. Agora ela podia ver as tábuas de madeira da ponte para pedestres. A ponte estava há seis metros delas, três metros, um e meio.
“Nós conseguimos,” ofegou Meredith, os pés trovejando na madeira.
“Não parem! Cheguem ao outro lado!”
A ponte rangeu a medida que elas corriam vacilantemente por ela, seus passos ecoando pela água. Quando ela pulou na terra comprimida na margem distante, Elena por fim soltou a manga de Bonnie, e permitiu que suas pernas cambaleassem e parassem.
Meredith estava curvada, as mãos nos quadris, respirando profundamente. Bonnie estava chorando.
“O que foi isso? Ah, o que foi isso?” ela disse. “Ainda está vindo?”
“Eu pensei que você fosse a expert,” Meredith disse instavelmente. “Peloe amor de Deus, Elena, vamos cair fora daqui.”
“Não, está tudo bem agora,” Elena sussurou. Havia lágrimas em seus próprios olhos e ela estava tremendo, mas o hálito quente na parte de trás de seu pescoço tinha sumido. O rio se esticava entre ela e aquilo, as águas um tumulto escuro. “Aquilo não pode nos seguir aqui,” ela disse.
Meredith a encarou, então a outra margem com suas árvores de carvalho agrupadas, então Bonnie. Ela molhou seus lábios e riu brevemente. “Claro. Não pode nos seguir. Mas vamos para casa de qualquer jeito, está bem? A não ser que você queira passar a noite aqui.”
Algumas sensações inomeáveis estremeceram por Elena. “Não hoje, obrigada,” ela disse. Ela colocou um braço ao redor de Bonnie, que ainda estava fungando. “Está tudo bem, Bonnie. Nós estamos a salvo agora. Vamos.”
Meredith estava olhando através do rio novamente. “Sabe, eu não vejo nada lá trás,” ela disse, sua voz mais calma. “Talvez não houvesse nada atrás de nós de modo algum; talvez nós simplesmente entramos em pânico e nos assustamos. Com uma ajudinha de nossa sacerdotisa druída aqui.”
Elena não disse nada a medida que elas começaram a caminhar, mantendo-se muito juntas pelo caminho de terra. Mas ela queria saber. Ela queria muito saber.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

capitulo 3 [O Despertar_ Diário de um vampiro]

As primeiras luzes do amanhecer estavam riscando o céu noturno com o rosa e um pálido verde. Stefan assistia ao espetáculo da janela do seu quarto, na casa de madeira. Ele tinha alugado especificamente esse quarto, porque o alçapão ficava no teto, um alçapão que se abria para uma janela onde você poderia andar sobre o telhado. Agora a porta estava aberta e um vento frio e úmido derrubou a escada do alçapão. Stefan estava totalmente vestido, mas não era por que ele tinha levantado cedo. Ele não dormia nunca.
Ele apenas voltou para a floresta, onde as poucas folhas úmidas grudavam do lado de sua bota. Ele as tirou exigentemente. Os comentários dos estudantes ontem não escaparam dele e ele sabia que eles estavam reparando nas roupas dele. Ele sempre vestia o melhor, não por simples vaidade, mas por que era coisa certa a se fazer. Seu tutor sempre dizia: Um aristocrata deve vestir-se fazendo juízo a sua posição. Se ele não fizer isso, mostrara desprezo pelos outros.
Qualquer pessoa tinha um lugar no mundo e o dele era entre a nobreza.
Por que ele estava insistindo nessas coisas? Claro, ele devia imitar o modelo dos estudantes, já que ele mesmo voltou a ser um, dias atrás. Agora as lembranças vinham grossas e rápidas, como se ele tivesse nadando pelas paginas de um jornal, seus olhos pegaram as entradas. Um lampejo vivamente veio a ele agora: O rosto de seu pai quando Damon anunciou que ele tinha deixado à universidade. Ele nunca iria esquecer isso. Ele nunca tinha visto seu pai tão irritado...
“O que você quer dizer com que não vai mais voltar?” Giuseppe era normalmente um homem imparcial, mas tinha um temperamento rigoroso e os eu filho mais velho trouxe violentas emoções a ele. Agora que seu filho tocou levemente nos lábios com um lenço de seda cor de carmim.
“Eu estou pensando, será que você não pode entender uma simples frase, papai. Então eu devo repeti-la em Latim para o Senhor?”
“Damon-.” Stefan começou rigorosamente, estarrecido com a falta de respeito. Mas seu pai interrompeu.
“Você está me dizendo que eu, Giuseppe, conde de Salvatore, vou ter que olhar para os meus amigos sabendo que o meu filho é um preguiçoso que não contribui em nada para Florence?” Os serviçais aproximavam-se receosos, já que Giuseppe trabalhava consigo mesmo um modo de direcionar sua raiva.
Damon nem mesmo piscou.
“Porco parasita! Isto já não é ruim o suficiente quando você estava na escola, desperdiçando seu tempo e meu dinheiro? Oh sim Senhor eu sei tudo de apostas, dinheiro e mulheres. E eu sei que se não fosse pelos seus secretários e seus tutores, você teria fracassado em todos os corsos. Mas agora você diz isso para desonrar-me completamente. Por quê? Por quê?” As largas mãos dele agarraram o queixo de Damon. “Então você vai voltar a caçar igual a um predador?”
Stefan tinha que dar créditos ao seu irmão; Damon não estremeceu. Ele manteve sua postura, quase desprezando o aperto de seu pai. Seus lábios estavam curvados numa linha de pura arrogância.
Você foi longe de mais, pensou Stefan, assistindo os dois homens encarando-se juntos. Diferenciando-se pelo charme que cada um esbanjava. Mas então ouve um barulho no escritório e a porta do corredor abriu-se. Virando, Stefan ficou deslumbrado com os olhos cor de pedra preciosa, moldurados por longos cabelos dourados. Esta era Katherine. O pai dela, o barão de Swartzschild, tinha trazido-a das frias terras da Alemanha próximo à Itália, esperando poder ajudá-la a se recuperar de sua doença. E desde o dia que ela voltou tudo tinha mudado para Stefan.
“Eu peço o seu perdão. Eu não quis ser intrometida”. A voz dela era macia e clara. Ela movimentava-se graciosamente como se fosse uma pena.
“Não, não vá. Fique.” Stefan disse rapidamente. Ele queria dizer mais pegar a mão dela – mas ele desafiou-se, não com os eu pai ali. Tudo que ele poderia fazer era contemplar as jóias azuis dos olhos dela, que estavam no mesmo nível que os olhos dele.
“Sim, fique”. Giuseppe disse. E Stefan viu a expressão severa de seu pai suavizar-se e ele soltar Damon. Ele andou para frente, endireitando seu longo e pesado casaco de pele.
“Seu pai deve retornar dos negócios na cidade hoje, ele ficara feliz em vê você. Mas suas bochechas estão pálidas, pequena Katherine. Você não está doente de novo, eu espero?”
“Você sabe que eu sou sempre pálida, Senhor. Eu não uso blush como as suas ousadas garotas italianas.”
“Você não precisa disso.” Stefan disse antes que pudesse deter-se e Katherine sorriu para ele. Ela era tão linda. Uma começou no peito dele.
Seu pai continuou “E eu a vi tão pouco durante o dia. Você raramente nos dar o prazer da sua companhia durante o crepúsculo”.
“Eu tenho os meus estudos e minhas obrigações no meu quarto, Senhor”. Katherine disse calmamente. Stefan sabia que isto não era verdade, mas ele não diria nada; Ele nunca revelaria o segredo de Katherine. Ela olhou para o pai dele de novo “Mas estou aqui agora, Senhor”.
“Sim, sim, isso é verdade. E eu tenho que providencia um jantar especial pelo retorno do seu pai. Damon... nos conversamos mais tarde”. Giuseppe moveu-se até os servos, que o seguiram. Stefan virou-se para Katherine com prazer. Era raro eles poderem conversar um com o outro sem a presença do pai dele ou de Gudrem, a impassível dama de companhia alemão de Katherine.
Mas então o que Stefan viu fez um vento soprar no seu estômago. Katherine estava sorrindo – Um pequeno e secreto sorriso, como se ela estivesse procurando por ele. Mas ela não estava olhando para ele. Ela estava olhando para Damon.
Stefan odiava seu irmão agora, odiava Damon o bonito e gracioso e sensual que tinha todas as mulheres aos seus pés como mariposas em chamas. Ele queria, agora, derrubar Damon essa beleza em pedaços.
Instantaneamente ele teve que esperar e assistir Katherine mover-se lentamente na direção do seu irmão, passo a passo, arrastando seu glorioso vestido no carpete. E ele tinha que assistir Damon segurar a mão de Katherine e sorrir cruelmente um sorriso de triunfo...


Stefan virou-se para a janela.
Por que ele estava remoendo os velhos tempos? Mas ele parou de pensar nisso e pegou sua camisa, que estava em cima da uma cadeira dourada e vestiu-a. Ele passou o dedo indicador e o polegar, acariciando o anel que estava na palma de sua mão, então ele o ergueu contra a luz.
Tinha um pequeno circulo trabalhado em ouro. Cinco séculos não tinham diminuído o seu brilho. Ele tinha uma pedra azul do tamanho da sua unha do dedo mindinho, Stefan olhou para o pesado anel de prata na sua mão, também com uma pedra azul. E no seu peito tinha um familiar desconforto.
Ele não poderia esquecer o passado, e ele realmente não desejava isso. Apesar de tudo que havia acontecido, ele preservava as lembranças de Katherine. Mas havia uma única lembrança que ele realmente não queria desenterrar uma página de jornal que ele não abriu. Se ele tivesse que reviver esse horror, essa... Abominação, ele ficaria maluco. Como no dia, no ultimo dia, quando ele deixou seu controle.
Stefan debruço-se na janela. Seu tutor tinha outro dizer: Um monstro nunca encontra a paz. Ele pode ter um triunfo, mas ele nunca encontra a paz.
Por que ele tinha que ter vindo para Fell’s Church?
Ele tinha esperança de encontrar a paz aqui, mas isto estava sendo impossível. Ele nunca seria aceito, ele nunca teria descanso. Por que ele era um monstro. Ele não tinha como mudar o que ele era.


Elena levantou-se mais cedo que o normal. Ela poderia ouvir Tia Judith encerando o quarto, preparando-se para o banho. Margaret continuava dormindo, enrolada como um ratinho na sua cama. Elena passou por sua irmã caçula entreabrindo a porta ruidosamente e continuou descendo para o hall, para sair de casa.
A brisa estava fresca e limpa esta manhã, a árvore estava inabitada a não ser pelos pardais. Elena, que tinha ido par a cama com a cabeça latejando de dor, olhou para o céu azul e respirou profundamente. Ela se sentia bem melhor que ontem. Ela prometeu encontrar Matt entes da escola. Ela pensou em não olha para frente, mas ela tinha certeza que tudo iria dar certo.
Matt morava à duas quadras de escola. Era uma casa simples, como as outras da rua, exceto talvez pela piscina na varanda, que estava um pouco surrada, a pintura estava descascando um pouco. Matt já estava na frente da casa e por um momento o coração dela palpitou em vê-lo.
Ele estava bonito. Não havia dúvidas sobre isso. Matt era o queridinho de toda a América. . Seu cabelo loiro era cortado curto para a temporada de futebol e sua pele estava bronzeada pelo trabalho nos autdoors na firma nos seus avós. Seus olhos azuis eram doces e honestos. E hoje, quando ele a abraçou gentilmente. Eles estavam um pouco tristes.
“Você não gostaria de entrar?”
“Não. Vamos indo.”. Elena disse. Eles foram lado a lado sem se tocar, pelo lado escuro da rua, onde estavam às nogueiras e o ar dessa manhã tinha ficado silencioso. Elena olhava para os seus pés na calçada molhada, sentindo-se de repente incerta. Ela não sabia como começar agora, depois de tudo.
“Então você não vai me contar sobre a França”. Ele disse.
“Oh, lá é maravilhoso”. Disse Elena. Elena olhou rapidamente para ele. Ele olhava para a calçada também. “Tudo lá é maravilhoso”. Ela continuou tentando por algum entusiasmo na voz. “As pessoas, a comida, tudo é simplesmente...” A voz dela parou e ela sentiu-se nervosa.
“Sim, eu sei. Maravilhoso”. Ele terminou para ela. Ele parou e continuou olhando para baixo fitando seu tênis. Elena os reconheceu do ano passado. A família de Matt talvez não pudesse se dar ao luxo de comprar sapatos novos. Ela olhou para cima para encontrar os olhos azuis dele no seu rosto.
“Você sabe, você é linda e boa, agora.” Ele disse.
Elena abriu a boca em contestação, mas ele começou a falar novamente.
“E eu espero que você tenha algo par ame dizer”. Ela aproximou-se dele e ele sorriu, um sorriso torto e doce. Então ela a envolveu em seus braços novamente.
“Oh Matt” Ela disse, abraçando-o fortemente. Ela recuou olhando para o rosto dele.
“Oh Matt, você é a melhor pessoa que eu já conheci. Eu não mereço você”.
“Oh, então é por isso que você está me desprezando”. Disse Matt quando eles começaram a andar de novo.
“Porque eu sou muito bom para você. Eu deveria ter percebido isso antes”.
Ela beliscou o braço dele. “Não, não é está a razão e eu não estou desprezando você. Nos vamos ser amigos, certo?”
“Oh claro. Absolutamente”.
“Porque é isso que eu deveria ter notado que nos somos”. Ela parou e encarou-o novamente.
“Bons amigos. Seja honesto, agora, Matt não é só isso que você realmente sente por mim?”
Ele olhou para ela e então rolou os olhos dramaticamente. “Eu posso ter a metade ou isso?” ele disse. O queixo de Elena caiu e ele adicionou, “Isso não tem nada haver com o garoto novo, não é?”.
“Não”. Elena disse depois de hesitar um minuto e então adicionou rapidamente, “Eu ainda não conheço ele. Não sei quem é ele”.
“Mas você quer. Não, não diga isso”. Ele colocou os braços envolta dela e gentilmente a virou.
“Vamos, temos que ir para a escola. Se tivermos tempo eu compro um donut para você”. Quando eles estavam andando, algo passou pela nogueira acima deles. Matt assobiou e apontou. “Olha isso! É a maior corvo que eu já vi”. Elena olhou, mas ele já tinha ido.
A escola hoje era um lugar conveniente para Elena rever seu plano. Ela acordou essa manhã sabendo o que tinha que fazer. E hoje ela recolheu mais informações sobre as matérias de Stefan Salvatore. O que não foi difícil, porque todo mundo no Robert E. Lee estava falando dele.
Era de conhecimento de todos que ele teve um pouco de sorte nas inscrições com a secretaria de administração ontem. E hoje ele tinha que falar com o diretor. Algo sobre a papelada dele. Mas o diretor o mandaria de volta para as aulas (depois, tinha um rumor, sobre a uma ligação à longa distancia para Roma – ou era Washington?), e tudo parecia estar resolvido agora. Oficialmente, pelo menos.
Quando Elena chegou à aula de história européia à tarde, ela foi saudada com um assobio baixo do hall. Dick Carter e Tyler Smallwood estavam lá. Um belo casal de idiotas, ela pensou, ignorando o assobio e os berros. Eles pensavam que ser atacantes do time de futebol fazia deles gostosos. Ela manteve os olhos neles como se desejasse chegar o mais rápido ao corredor, Umedeceu os lábios e abriu seu pó compacto. Ela tinha contado a Bonnie a introdução especial e o plano que ela colocaria em ação assim que Stefan a visse. O espelho do pó compacto dav a ela uma visão privilegiada do hall atrás dela.
Ainda, ela sentiu saudades dele de algum lugar. Ele estava ao lado dela de repente e ela bateu seu o pó compacto quando ele passou. Ela queria para-lo, mas algo aconteceu antes que ela pudesse fazê-lo. Stefan tencionou-se – ou pelo menos, tinha algo nele que parecia desconfiado. E Então Dick e Tyler pararam na frente dele na porta de sala de aula. Bloqueando o caminho.
Os maiores idiotas do mundo. Pensou Elena. Fulminando, ela os encarou por cima do ombro de Stefan.
Eles estavam adorando o jogo, desleixados na passagem da porta, fingindo que eles eram completamente cegos ao fato de Stefan estar ali.
“Com licença”. Era o mesmo o mesmo tom que ele usara com o professor de história, sossegado e solto.
Dick e Tyler olharam um para o outro, então olharam em volta, como se escutassem vozes de espíritos.
“Scoozi*?” Tyler disse falsamente. “Scoozi me*? Me scoozi*? Jacuzzi*?” Os dois riram.
*Isso seria uma imitação da fala do Stefan em inglês:" Excuse me"
Elena viu músculos apertarem-se sobre a camisa na frente dela. Isso era completamente desleal; Eles eram duas vezes mais altos que Stefan e Tyler era duas vezes mais largo.
“Algum problema aqui?”. Elena estava tão assustada quanto os garotos com essa nova voz atrás dela. Ela virou-se e viu Matt. Os olhos azuis dele estavam severos.
Os lábios de Elena moveram-se um pouco para um sorriso. O bom e velho Matt. Ela pensou. Mas agora o bom e velho Matt estava entrando na sala ao lado de Stefan e ela estava atrás deles, das berrantes duas camisas. Quando eles sentaram, ela deslizou para a mesa atrás de Stefan, onde ela poderia vê-lo sem ver a si mesma. Seu plano teria que esperar para depois da aula.
Matt mexia algo ruidosamente nos eu bolso, que significava dizer que ele queria dizer algo.
“Uh hei”. Ele começou, desconfortavelmente. “Esses garotos são você sabe...”
Stefan riu. Era um som baixo. “Quem sou eu para julgar?”Tinha mais emoção na voz dele do que Elena tinha ouvido antes, quando ele tinha falo com o Sr.Tanner. E essa emoção era cruamente infeliz. “De qualquer forma, por que eu deveria ser bem-vindo aqui?”Ele terminou, quase que para si mesmo.
“Por que você não deveria ser?” Matt estava quase berrando com Stefan; Agora a mandíbula dele estava trincada com a decisão.
“Escuta”, ele disse. “Vocês estavam falando de futebol ontem. Bem, a nossa estrela maior rompeu em lágrimas ontem a tarde, e nos precisamos de um substituto. As eliminatórias são está tarde. O que você acha?”
“Eu?”. Stefan soou como se tivesse sido pego de guarda baixa. “Ah… Eu não sei se posso”.
“Você pode corre?”
“Posso -?” Stefan virou-se pela metade para Matt, e Elena pode ver indicios de um sorriso nos labios dele. “Yes”.
“Você pode aceitar?”
“Sim”
“Isso é tudo que podemos fazer. Eu estarei no quarto tempo. Se você puder aceitar que prupus e correr com eles, você pode jogar.”
“Eu verei.”Stefan na verdade estava quase sorrindo, e a boca de Matt estava seria mas seus olhos azuis estavam dançando. Espento dominou Elena, ela percebeu que era ciumente. A cordialidade entre os dois garotos a calou completamente.
Mas no outro instante o sorriso de Stefan desapareceu. Ele disse distande “Obrigado… Mas não. Eu tneho outros compromissos.”
Nesta hora, Bonnie e Caroline chegaram e a aula começou.
Tanner deu uma palestra completa sobre a europa, Elena repetiu para si mesma, “Oi. Eu sou Elena Gilbert. Eu sou chefe do Comiter de Boas-vindas, e eu tenho a responsabilidade de lhe mostrar a escola. Agora, eu não queria aborrecer você, mas é o meu trabalho, você não gostaria de me deixar sem trabalho, não é?”
Está era a unica saida ampla, olhar saudosamente nos olhos- Mas só se ele olhar como se quisesse ir embora. Esta era uma tecbica infalivel. Ele era um aproveitador de mulheres que precisava ser resgatado.
Do meio da sala uma garota se esticou e passou um bilhete para ela. Elena abriu-o e reconheceu a letra redonda, infatil caligrafia de Bonnie. Leu o então: “Eu mantive C. afastada pelo maior tempo que consegui. O que aconteceu? Funcionou?????”
Elena olhou para cima para ver Bonnie retorcendo-se na primeira fila, onde ela sentava. Elena apontou para o papel e sacudiu a cabeça, mexendo a boca. “Depois da aula.”
Paceria um século até Tanner deixar alguns minutos finais instruções sobre a apresentação oral e dispensar eles. Então todo mundo levantou-se, um por um. É agora, pensou Elena, e com o coraçao palpitando, ela andou até o caminho de Stefan, bloqueando as coxias para que ele não pudesse desviar dela.
Como Dick e Tyler, ela pensou, sentindo uma risada histerica se formar. Ela olhou para cima e encontrou seus labios no mesmo nivel que a boca dele. Sua mente ficou em branco. O que ela deveria dizer mesmo? Ela abriu a boca , e algumas palavras que ela tinha preticado vieram a tona. “Oi. Eu sou Elena Gilbert, e eu sou chefe do comiter de boas-vindas e eu tenho que-“
“Me desculpe; Eu não tenho tempo.” Por um minuto, ela não acreditou que ele estava falando, que ele não tinha lhe dado a chance de terminar. A boca dela terminou o que ela tinha praticado.
“- Lhe mostrar a escola-“
“Me desculpe; Eu não posso. Eu tenho que-que fazer os testes para o futebol.”Stefan virou-se para Matt, que estava olhando espantado. “Você disse que eles eram depois da escola, não disse?”
“Sim.”Matt disse lentamente. “Mas-“
“Então é melhor irmos. Talvez você possa me mostrar o caminho.”
Matt olhou assutado para Elena, então disse. “Bem… Claro. Vamos.” Ele olhou de relance para trás quando eles foram. Stefan não. Elena pegou-se olhando ao redor para a roda de observadores curiosos, incluindo Caroline, que abriu um sorriso. Elena sentiu seu corpo entorpercer e plenamente sua garganta. Ela não poderia ficar ali nem mais um segundo. Ela virou-se e andou rapidamente para poder sair da sala.

Capitulo 2 [Diario de um Vampiro_ O despertar]

 



Elena estava cercada no instante em que pisou no estacionamento da escola. Todos estavam lá, a multidão toda que ela não via desde o fim de junho, além de quatro ou cinco parasitas que esperavam ganhar popularidade por associação. Ela aceitou um por um os abraços acolhedores de seu próprio grupo.
Caroline tinha crescido pelo menos dois centímetros e estava mais magra e mais do que nunca como uma modelo da Vogue. Ela cumprimentou Elena friamente e recuou novamente com seus olhos verdes estreitados como os de um gato.
Bonnie não tinha crescido nada, e seu cabelo vermelho encaracolado veio até o queixo de Elena enquanto ela lançava seus braços ao redor de Elena. Espere um minuto – cachos? pensou Elena. Ela empurrou a garota menor para trás.
“Bonnie! O que você fez com o seu cabelo?”
“Você gostou? Eu acho que me faz parecer mais alta.” Bonnie amaciou a já macia franja e sorriu, seus olhos castanhos brilhando com excitação, seu rosto rosto em formato de coração iluminado.
Elena prosseguiu. “Meredith. Você não mudou nada.”
Esse abraço era igualmente quentes em ambos os lados. Ela tinha sentido mais falta de Meredith do que de qualquer outro, Elena pensou, olhando para a garota alta. Meredith nunca usava maquiagem; mas também, com uma pele azeitonada perfeita e grossos cílios negros, ela não precisava. Nesse momento ela estava com uma elegante sobrancelha levantada enquanto estudava Elena.
“Bem, seu cabelo está dois tons mais claros por causa do Sol... Mas aonde está o seu bronzeado? Eu achei que você estivesse aproveitando a Riviera Francesa.”
“Você sabe que eu nunca me bronzeio.” Elena ergueu suas mãos para sua própria inspeção. A pele estava impecável, como porcelana, mas quase tão branca e translúcida quanto a de Bonnie.
“Só um minuto; isso me lembra,” Bonnie interrompeu, pegando uma das mãos de Elena. “Adivinha o que eu aprendi com a minha prima esse verão?” Antes que qualquer um pudesse falar, ela os informou triunfantemente: “Leitura das mãos!”
Houve lamentações, e algumas risadas.
“Riam enquanto podem,” disse Bonnie, nem um pouco perturbada. “Minha prima me disse que eu sou vidente. Agora, deixe-me ver...” Ela olhou na palma de Elena.
“Apresse-se ou vamos chegar atrasados,” disse Elena um tantinho impaciente.
“Certo, certo. Agora, essa é a sua linha da vida – ou é a sua linha do coração?” Na multidão, alguém abafou o riso. “Quieto; Eu estou alcançando o vácuo. Eu vejo... Eu vejo…” De uma só vez, o rosto de Bonnie ficou vazio, como se ela estivesse alarmada. Seus olhos castanhos arregalaram-se, mas ela já não mais parecia estar encarando a mão de Elena. Era como se ela estivesse olhando através dela – para algo assustador.
“Você conhecerá um estranho alto e moreno,” Meredith murmurou atrás dela. Houve um alvoroço de risadinhas.
“Moreno, sim, e um estranho... mas não alto.” A voz de Bonnie estava abafada e distante.
“Apesar,” ela continuou depois de um momento, parecendo confusa, “de que ele foi alto, uma vez.” Seus amplos olhos castanhos se levantaram para Elena com perplexividade. “Mas isso é impossível... não é?” Ela largou a mão de Elena, quase arremessando-a para longe. “Eu não quero ver mais.”
“Está bem, o show acabou. Vamos,” Elena disse aos outros, vagamente irritada. Ela sempre achara que truques psíquicos eram justamente aquilo – truques. Então por que ela estava aborrecida? Só porque naquela manhã ela tinha quase ficado fora de si...
As garotas começaram a andar em direção ao prédio da escola, mas o ruído de um motor primorosamente ajustado parou todas em suas trajetórias.
“Ora, ora,” Caroline disse, encarando. “Mas que carro.”
“Mas que Porsche,” Meredith corrigiu secamente.
O reluzente Turbo 911 preto ronronou pelo estacionamento, procurando por um espaço, movendo-se tão preguiçosamente quanto uma pantera perseguindo uma presa.
Quando o carro parou, a porta abriu, e elas vislumbraram o motorista.
“Oh, meu Deus,” Caroline sussurrou.
“Você pode dizer isso novamente,” exalou Bonnie.
De onde ela estava, Elena pode ver que ele tinha um corpo magro e músculos lisos. Jeans desbotados que ele provavelmente teve que remover à noite, camiseta apertada, e uma jaqueta de couro com um corte incomum. Seu cabelo era ondulado – e escuro.
Ele não era alto, porém. Somente uma estatura mediana.
Elena deixou seu fôlego escapar.
“Quem é aquele homem mascarado?” disse Meredith. E a observação era apropriada – óculos de sol escuros cobriam completamente os olhs do garoto, escondendo seu rosto como uma máscara.
“Aquele estranho mascarado,” alguém disse, e um múrmurio de vozes elevou-se.
“Você está vendo a jaqueta? É italiana, tipo de Roma.”
“Como você saberia? Você nunca foi mais longe do que Roma, Nova York, na sua vida!”
“Oh-ou. Elena está com aquele olhar novamente. O olhar de caça.”
“É melhor que o Baixo-Moreno-e-Lindo tenha cuidado.”
“Ele não é baixo; ele é perfeito!”
Através da tagarelice, a voz de Caroline repentinamente soou bem alto. “Oh, vamos lá, Elena. Você já tem o Matt. O que mais você quer? O que você pode fazer com dois que não pode com um?”
“A mesma coisa – só que por mais tempo,” Meredith falou lentamente, e o grupo se dissolveu em risadas.
O garoto havia trancado seu carro e estava andando em direção à escola. Casualmente, Elena seguiu atrás dele, as outras garotas logo atrás dela em um grupo intimamente ligado. Por um instante, aborrecimento borbulhou dentro dela. Ela não podia ir à lugar algum sem um desfile em seu calcanhar? Mas Meredith percebeu seu olhar, e ela sorriu apesar de si mesma.
“Obrigações da nobreza,” Meredith disse suavemente.
“O quê?”
“Se você vai ser a rainha da escola, você tem que aturar as conseqüências.”
Elena franziu por causa disso enquanto elas entravam no prédio. Um longo corredor se esticava em frente à elas, e uma figura em calça jeans e jaquete de couro estava desaparecendo pela porta do escritório em frente. Elena diminuiu seu ritmo a medida que passava pelo escritório, finalmente parando para olhar ponderadamente para as mensagens no quadro de avisos de cortiça perto da porta. Havia uma ampla janela aqui, através da qual o escritório inteiro ficava visível.
As outras garotas estavam espiando abertamente através da janela, e dando risadinhas. “Bela visão traseira.” “Aquela é definitivamente uma jaqueta Armani.” “Você acha que ele é de fora dos Estados Unidos?”
Elena estava esticando suas orelhas pelo nome do garoto. Parecia haver algum tipo de problema lá: A Sra. Clarke, a secretária de admissão, estava olhando para uma lista e balançando sua cabeça. O garoto disse alguma coisa, e a Sra. Clarke levantou suas mãos em um gesto que dizia “O que eu posso fazer?” Ela correu um dedo pela lista e balançou sua cabeça novamente, conclusivamente. O garoto começou a se afastar, então se virou. E quando a Sra. Clarke olhou para ele, sua expressão mudou.
O óculos de sol do garoto estava agora na mão dele. A Sra. Clarke pareceu assustada com algo, Elena pôde vê-la piscar diversas vezes. Seus lábios abriram e fecharam como se ela estivesse tentando falar.
Elena desejou poder ver mais do qua a parte detrás da cabeça do garoto. A Sra Clarke estava remexendo em pilhas de papéis agora, parecendo estupefata. Enfim ela achou um formulário de algum tipo e escreveu nele, então virou-se e o empurrou em direção ao garoto.
O garoto escreveu brevemente no formulário – assinando-o, provavelmente – e o devolveu. A Sra. Clarke encarou-o por um segundo, então remexou em uma nova pilha de papéis, finalmente entregando o que parecia com um horário de aulas para ele. Seus olhos nunca deixaram o garoto enquanto ele pegava isso, inclinava sua cabeça em agradecimento, e virava-se para a porta.
Elena estava louca de curiosidade agora. O que havia acabado de acontecer ali? E como o rosto do estranho era? Mas a medida que ele emergia do escritório, ele colocava seu óculos de sol no lugar novamente.
Desapontamento fluiu através dela.
Ainda assim, ela pôde ver o resto de seu rosto enquanto ele parava na entrada. O escuro cabelo encaracolado enquadrava traços de rosto tão belos que eles poderiam ter sido tirados de uma velha moeda ou medalha Romana. Maças do rosto altas, clássico nariz reto... e uma boca para mantê-la acordada à noite, Elena pensou. O lábio superior foi belamente esculpido, um pouco delicado, bastante sensual. A tagarelice das garotas no corredor havia parado como se alguém tivesse mexido no interruptor.
A maioria delas estava se virando para longe do garoto agora, olhando para qualquer lugar menos para ele. Elena ficou em seu lugar perto da janela e fez um meneio de cabeça, puxando a fita do cabelo para que ele caísse ao redor de seus ombros.
Sem olhar para nenhum lado, o garoto continuou andando pelo corredor. Um coro de suspiros e sussurros irromperam no momento que ele estava fora do alcance de voz.
Elena não ouviu nada disso.
Ele tinha passado diretamente por ela, ela pensou, estupefata. Diretamente por ela sem olhar.
Vagamente, ela percebeu que o sinal estava tocando. Meredith estava puxando seu braço.
“O quê?”
“Eu disse aqui está seu horário. Nós temos trigonometria no segundo andar agora. Vamos!”
Elena permitiu que Meredith a propelisse pelo corredor, por uma escadaria, e para dentro da sala de aula. Ela escorreu em um assento vazio automaticamente e fixou seus olhos na professora à frente sem realmente estar vendo-a. O choque ainda não tinha passado.
Ele tinha passado diretamente por ela. Sem um olhar. Ela não conseguia lembrar de quanto tempo fazia desde que um garoto havia feito isso. Todos eles olhavam, ao menos. Alguns assobiavam. Alguns paravam para conversar. Alguns simplesmente encaravam.
E isso nunca foi um problema para Elena.
Afinal de contas, o que é mais importante que garotos? Eles eram a marca do quão popular você é, do quão bonita você é. E eles podiam ser úteis para todo o tipo de coisas. Às vezes eles eram excitantes, mas geralmente isso não durava muito. Às vezes eles eram repugnantes desde o começo.
A maioria dos garotos, Elena refletiu, era exatamente como filhotinhos. Adoráveis nos seus lugares, mas dispensáveis. Uns pouquíssimos podiam ser mais do que isso, podiam se tornar amigos de verdade. Como Matt.
Oh, Matt. Ano passado ela tivera esperanças de que ele era aquele por quem ela estivera procurando, o garoto que faria ela sentir... bem, algo mais. Mais do que um ataque de triunfo por ter feito uma conquista, o orgulho em mostrar sua nova aquisição para as outras garotas. E ela tinha sentido uma forte afeição por Matt. Mas conforme o verão passava, e ela tivera tempo para pensar, ela tinha percebido que era a afeição de uma prima ou irmã.
A Srta. Halpern estava passando os livros de trigonometria. Elena pegou o seu mecanicamente e escreveu seu nome dentro, ainda envolta em pensamentos.
Ela gostava de Matt mais do que qualquer outro garoto que conhecera. E era por isso que ela teria que contar à ela que estava acabado.
Ela não sabia como contar à ele por carta. Ela não sabia como contar à ele agora. Não era por ela ter medo de ele dar um escândalo; ele simplesmente não iria entender. Ela mesma não entendia muito.
Era como se ela estivesse sempre querendo alcançar... alguma coisa. Só que, quando ela achou que havia conseguido, não estava lá. Não com Matt, não com qualquer dos outros garotos com quem esteve.
E então ela teve que começar tudo de novo. Felizmente, havia sempre material novo. Nenhum garoto havia tido sucesso em resistir à ela, e nenhum garoto a havia ignorado. Até agora.
Até agora. Lembrando-se daquele momento no corredor, Elena descobriu que seus dedos estavam apertados ao redor da caneta que ela segurava. Ela ainda não podia acreditar que ele havia passado por ela daquela maneira.
O sinal tocou e todo mundo saiu da sala de aula, mas Elena parou na entrada. Ela mordeu seu lábio, fazendo uma varredura pelo mar de estudantes que fluía no corredor. Então ela avistou uma das parasitas que estavam no estacionamento.
“Frances! Venha aqui.”
Frances veio avidamente, seu rosto comum iluminando-se.
“Escute, Frances, lembra-se do garoto dessa manhã?”
“Com o Porsche e as – er – posses? Como eu poderia esquecer?”
“Bem, eu quero o horário de aula dele. Pegue-o do escritório se puder, ou copie do dele se tiver que fazê-lo. Mas faça-o!”
Frances pareceu surpresa por um momento, então forçou um sorriso e concordou. “Está bem, Elena. Eu vou tentar. Eu te encontrarei no almoço se eu conseguir pegá-lo.”
“Obrigada.” Elena observou a garota ir embora.
“Sabe, você realmente é maluca,” a voz de Meredith disse em seu ouvido.
“Qual é a vantagem de ser a rainha da escola se você não pode abusar da sua posição às vezes?” Elena retornou calmamente. “Para onde eu vou agora?”
“Negócios Gerais. Aqui, pegue-o você mesma.” Meredith empurrou uma tabela de horário para ela. “Eu tenho que correr para a aula de química. Até depois!”
Negócios Gerais e o resto da manhã passou como um borrão. Elena tivera esperança de ver outra vez de relance o novo estudante, mas ele não estava em nenhum de suas aulas. Matt estava em uma, e ela sentiu uma pontada de dor quando os olhos azuis dele encontraram-na com um sorriso.
Com o sinal do almoço, ela fez cumprimentos com a cabeça a torto e a direito a medida em que entrava na lanchonete. Caroline estava do lado de fora, repousada casualmente contra uma parede com o queixo levantado, os ombros para trás, o quadril para frente. Os dois garotos com quem ela estivera falando ficaram em silêncio e cutucaram um ao outro quando Elena se aproximou.
“Oi,” Elena disse brevemente aos garotos; e para Caroline: “Pronta para entrar e comer?”
Os olhos verdes de Caroline mal pestanejaram na direçaão de Elena, e ela empurrou seu brilhoso cabelo castanho para longe do rosto.
“O que, na mesa da realeza?” ela disse.
Elena foi pega de surpresa. Ela e Caroline eram amigas desde o jardim-de-infância, e elas sempre competiram uma contra a outra de maneira afável. Mas ultimamente alguma coisa havia acontecido com a Caroline. Ela tinha começado a levar a rivalidade cada vez mais a sério. E agora Elena estava surpreendida pela amargura na voz da outra garota.
“Bem, não é como se você fosse uma plebéia,” ela disse levianamente.
“Ah, você está tão certa sobre isso,” disse Caroline, virando-se para encarar Elena plenamente. Aqueles olhos verdes de gata estavam abertos por uma pequena brecha e fumegantes, e Elena ficou chocada pela hostilidade que viu ali. Os dois garotos sorriram desconfortavelmente e foram para longe.
Caroline não pareceu notar. “Um monte de coisas mudou enquanto você estava fora esse verão, Elena,” ela continuou. “E talvez seu tempo no trono esteja acabando.”
Elena corou; ela podia sentir isso. Ela lutou para manter sua voz firme. “Talvez,” ela disse. “Mas eu não compraria um cetro tão cedo se fosse você, Caroline.” Ela se virou e foi para a lanchonete.
Foi um alívio ver Meredith e Bonnie, e Frances atrás delas. Elena sentiu suas bochechas se esfriarem a medida que selecionava seu almoço e ia se juntar à elas. Ela não deixaria Caroline chateá-la; ela não pensaria em Caroline de modo algum.
“Eu consegui,” disse Frances, agitando um pedaço de papel enquanto Elena se sentava.
“E eu tenho coisas boas a contar,” disse Bonnie de modo importante. “Elena, escute isso. Ele está na minha aula de biologia, e eu sento bem em frente a ele. E seu nome é Stefan, Stefan Salvatore, e ele é da Itália, e ele está hospedado com a velha Sra. Flowers na margem da cidade." Ela suspirou.
“Ele é tão romântico. Caroline derrubou seus livros, e ele os pegou para ela.”
Elena fez uma cara de repulsa. “Que desastrada a Caroline é. O que mais aconteceu?”
“Bem, foi isso. Ele não falou com ela na verdade. Ele é mui-i-ito misterioso, veja só. A Sra. Endicott, minha professora de biologia, tentou fazer com que ele tirasse seus óculos, mas ele não tirou. Ele tem um problema médico.”
“Que tipo de problema médico?”
“Eu não sei. Talvez seja terminal e seus dias estejam contados. Isso não seria romântico?”
“Oh, muito,” disse Meredith.
Elena estava olhando por sobre a folha de papel de Frances, mordendo seu lábio. “Ele está na minha sétima aula, História da Europa. “Alguém mais tem essa aula?”
“Eu tenho,” disse Bonnie. “E eu acho que Caroline também tem. Oh, e talvez Matt; ele disse uma coisa ontem sobre como ele tinha sorte, ficando com o Sr. Tanner.”
Maravilha, Elena pensou, pegando um garfo e apunhalando seu purê de batata. Parecia que a sétima aula iria ser extremamente interessante.


Stefan estava feliz que o dia na escola estava quase acabando. Ele queria sair dessas salas e corredores lotados, só por alguns minutos.
Tantas mentes. A pressão de tantas padrões de pensamentos, tantas vozes mentais cercando-o, estavam-no deixando tonto. Faziam anos desde que ele estivera no meio de uma multidão de pessoas desse jeito.
Uma mente em particular se destacou dos outros. Ela estivera entre aqueles que o estiveram observando no corredor principal do prédio da escola. Ele não sabia como era sua aparência, mas sua personalidade era poderosa.
Ele tinha certeza de que a reconheceria novamente.
Até agora, pelo menos, ele havia sobrevivido ao primeiro dia da farsa. Ele havia usado os Poderes somente duas vezes, e depois moderadamente. Mas ele estava cansado, ele admitiu com melancolia, com fome. O coelho não fora o suficiente.
Preocupe-se com isso depois. Ele achou sua última sala de aula e se sentou. E imediatamente sentiu a presença daquela mente de novo.
Ela incandescia na margem da consciência dele, uma luz dourada, suave e ainda assim vibrante. E, pela primeira vez, ele pôde localizar a garota da qual ela vinha. Ela estava sentada bem na frente dele.
No momento em que ele pensava isso, ela se virou e ele viu seu rosto. Tudo que ele pôde fazer foi não arfar com choque.
Katherine! Mas é claro que não poderia ser. Katherine estava morta; ninguém sabia disso melhor do que ele.
Ainda assim, a semelhança era excepcional. O pálido cabelo dourado, tão belo que parecia quase brilhar. Aquela pele cremosa, que sempre o havia feito pensar em cisnes, ou alabastro, ruborizando um leve rosa nas bochechas. E os olhos... os olhos de Katherine eram de uma cor que ele nunca tinha visto antes; mais escuros do que o azul do céu, tão ricos quanto a pedra celestial em sua tiara cravada de pedras preciosas. Essa garotaa tinha os mesmos olhos.
E eles estavam fixados diretamente nos dele a medida que ela sorria.
Ele desviou o olhar de seu sorriso rapidamente. De todas as coisas, ele não queria pensar em Katherine. Ele não queria olhar para essa garota que o lembrava dela, e ele não queria mais sentir sua presença. Ele manteve seus olhos na mesa, bloqueando sua mente tão fortemente quanto pôde. E por fim, lentamente, ela se virou novamente.
Ela ficou magoada. Até mesmo através dos bloqueios, ele pôde sentir isso. Ele não ligava. De fato, ele estava feliz por isso, e ele esperava que isso a mantivesse afastada dele. Fora isso, ele não tinha sentimentos algum por ela.
Ele continuou dizendo isso a si mesmo enquanto se sentava, a voz monótona do professor fluindo por ele sem ser ouvida. Mas ele podia sentir um indício sutil de algum perfume – violetas, ele pensou. E seu esguio pescoço branco estava curvado sobre seu livro, o belo cabelo caindo dos dois lado dele.
Com raiva e frustração ele reconheceu o sedutor sentimento em seus dentes – mais como cócegas ou formigamento do que uma dor. Era fome, uma fome específica. E não uma que ele estava prestes a ceder.
O professor estava marchando na sala como um furrão, fazendo perguntas, e Stefan deliberadamente fixou sua atenção no homem. A princípio ele ficou intrigado, pois embora nenhum dos estudantes soubesse as respostas, as perguntas continuavam. Então ele percebeu que esse era o propósito do homem. Envergonhar os estudantes com o que eles não sabiam.
Nesse instante ele havia achado outra vítima, uma garota pequena com uma penca de cachos vermelhos e um rosto em formato de coração. Stefan observou à distância enquanto o professor a atazanava com perguntas. Ela parecia miserável a medida em que ele se afastava dela para se dirigir à turma toda.
“Estão vendo o que quero dizer? Vocês acham que são os maiorais; vocês são veteranos agora, prontos para se formarem. Bem, deixem-me dizer isso, alguns de vocês não estão prontos para se formarem no jardim-de-infância. Como essa!” Ele gesticulou em direção à garota de cabelo vermelho. “Não faz idéia sobre a Revolução Francesa. Acha que Maria Antonieta era uma estrela de filme mudo.”
Os estudantes ao redor de Stefan se mexeram de maneira desconfortável. Ele pôde sentir o ressentimento nas mentes deles, e a humilhação. E o medo. Estavam todos com medo desse pequeno homem magro com olhos como o de uma doninha, até mesmo os garotos atléticos que eram mais alto do que ele.
“Tudo bem, vamos tentar outra era.” O professor virou-se de volta para a mesma garota que havia questionado. “Durante a Renascença –” ele parou abruptamente. “Você sabe o que é a Renascença, não sabe? O período entre os séculos treze e dezessete, no qual a Europa redescobriu as grandes idéias da Grécia e da Roma antiga? O período que produziu muitos dos maiores artistas e pensadores da Europa?” Quando a garota concordou de modo confuso, ele continuou.“Durante a Renascença, o que os estudantes da sua idade estariam fazendo na escola? Bem? Alguma idéia? Algum palpite?”
A garota engoliu em seco. Com um fraco sorriso ela disse, “Jogando futebol?”
Com a subseqüente risada, o rosto do professor se endureceu. “Dificilmente!” ele repreendeu, e a sala de aula aquietou-se.“Você acha que isso é uma piada? Bem, naqueles dias, os estudantes da sua idade já seriam proficientes em várias línguas. Eles também dominariam lógica, matemática, astronomia, filosofia, e gramática. Eles também já estariam prontos para ir à uma universidade, na qual todos os cursos eram ensinados em latim. Futebol seria absolutamente a última coisa na –”
“Com licença.”
A voz silenciosa parou o professor no meio de seu longo discurso. Todos se viraram para encarar Stefan.
“O quê? O que você disse?”
“Eu disse, com licença,” Stefan repetiu, removendo seus óculos de sol e se levantando. “Mas você está errado. Estudantes da Renascença eram encorajados a participar de jogos. Eles eram ensinados que um corpo saudável combina com uma mente saudável. E eles certamente jogavam esportes de time, como críquete, tênis - e até mesmo futebol." Ele se virou para a garota de cabelo vermelho e sorriu, e ela sorriu de volta com gratidão. Para o professor, ele acrescentou, “Mas as coisas mais importantes que eles aprendiam eram boas maneiras e cortesia. Estou certo de que seu livro lhe dirá isso.”
Os estudantes estavam dando risada. O rosto do professor estava vermelho de sangue, e ele estava emitindo faíscas. Mas Stefan continuou a segurar o olhar, e depois de mais um minuto foi o professor que desviou o olhar.
O sinal tocou.
Stefan colocou seus óculos rapidamente e juntou seus livros. Ele já tinha atraído mais atenção para si mesmo do que deveria, e ele não queria ter que olhar para a garota loira novamente. Além do mais, ele precisava sair de lá rapidamente; havia uma familiar sensação de queimadura em suas veias.
A medida que ele alcançava a porta, alguém gritou, “Ei! Eles realmente jogavam futebol naquele tempo?”
Ele não pôde evitar dar um sorriso por sobre o ombro. “Oh, sim. Algumas vezes com as cabeças decepadas dos prisioneiros de guerra.”


Elena observou-o enquanto ele saía. Ele havia deliberadamente virado as costas para ela. Ele a tinha desprezado de propósito, e na frente de Caroline, que estivera observando como um falcão. Lágrimas queimaram em seus olhos, mas naquele momento somente um pensamento queimou em sua mente.
Ela o teria, mesmo que isso a matasse. Se isso matasse a ambos, ela o teria.